quarta-feira, 3 de junho de 2009

Ano 2010, 1 de Janeiro 22:32- (O policial)

Escadas, janelas, subindo, respira, décimo andar, faltam cinco, do lado de fora uma chuva inesperada começa a cair, passos, varios deles, homens com seus coletes a prova de balas, rifles, a operação teve início, do lado de fora em prédios vizinhos os atiradores posicionados maldizem o mau tempo.

Décimo primeiro andar, limpo, todos os homens da unidade concordam com isso na varredura que fazem do local, gente subindo pelas escadas, correndo pelas escadas, o tempo é contra eles, tanto em ponteiro, quanto no clima.A meteorologia da noite prevê morte certa se eles falharem.Escadas, repetitivas. Sequência. Consequências.


Chove la fora.Do lado de dentro o tempo é tempestade.Qualquer que seja ele.Escadaria, décimo segundo andar, homens correm, eles metodicamente se espalham em frente as portas, arrombando, uma atrás da outra pelos corredores, procurando alguém.O alvo não está muito claro, mas todos descobrirão em breve, isso se não for tarde demais, armas, coletes, capacetes cobrindo a cabeça

A cada porta arrombada, gente morta.Em todos os andares seguintes a mesma coisa.Subir, as escadas, correr, concentrar, o mundo visto atraves de um rifle pronto a disparar, adrenalina,pulso, respiração, passos.Um pé na porta e outra cai ao chão, mais corpos, homens , velhos, mulheres e crianças.Tudo rápido.

De repente um apagão.Todas as luzes somem.Uma breve interferencia por frações de instantes interrompe a comunicação entre os membros da S.W.A.T. , décimo terceiro andar, os degraus , vão sendo devorados instantâneamente pelas sombras, nas janelas ao lado da escada a cidade fica entregue a elas.Blecaute.Escadas.Prédio.Passos.Marcham os rifles.Vertiginoso ritmo.Ópera de escuridão.

Pulso, o coração pulsa quase gritando, musculos movem corpos e sangue e carne, de maneira intermitente pelos corredores e portas, adrenalina, velocidade, o perigo ronda a cada nova porta arrombada e cada vez mais corpos encontrados e antes que a comunicação volte disparos são ouvidos.

Silêncio.Gritos numa língua estranha.Novos disparos.Projéteis cortam a escuridão em fatias e alguns homens também.Tudo rápido demais.Tiros corpos caindo.Coletes perfurados como papel.Tombam companheiros de serviço, bons policiais no cumprimento do dever.E nesse instante o policial que atinge o décimo quinto andar, ao mesmo tempo em que a comunicação retorna, é atingido por algo que o lança por metros no corredor sobre os corpos de outros amigos.

E então os demais membros da S.W.A.T. recebem a ordem de recuar.O policial ferido mas vivo, pensa em sua esposa, filhos, em seus entes queridos, sente o sangue escorrer por seu braço o colete perfurado de um lado a outro, a dor, o sangue.E então antes que sua consciência se fosse, teve a impressão de ver uma porta aberta, luzes e um detonador.

Uma grande luz cercou tudo.Um grande estrondo foi ouvido.Tudo ficou confuso.E o policial mergulhou em delírios vindo de sua mente talvez pela morte iminente.Pelo menos foi o que pensou antes de apagar.

Escuridão.Sons.Paraíso ou inferno.A dor ainda persistia.O policial ouve vozes.Mas ele poderia jurar que foi sonho.Destroços sobre seu corpo.O chão, tudo mais cedendo a sua volta.Pulso, sangue e dor.E a leve impressão de chover em seu rosto.E um adormecer vermelho.

Silêncio.

Dois dias depois ele acordaria numa cama de hospital.

"Foi um milagre ele ter sobrevivido a explosão do prédio e aos ferimentos" seria a frase que ele ouviria antes de abrir os olhos.A dor era forte.Parecia a voz de sua esposa.Poderia ser um sonho aquilo.

Dor.E ao abrir completamente os olhos, entre seus familiares ali presentes a sua volta pode distinguir dois amigos seus que não participaram da operação, por estarem de folga.Dois policiais uniformizados na porta do quarto

Percebeu também um jovem que parecia ser um agente federal logo ao seu lado. Voz rouca "Precisamos lhe fazer algumas perguntas com certa urgência" ele disse.

Neste instante notou um outro homem em terno preto sentado ao longe, mais velho, com um ar severo, ele limitava-se a abrir um bloquinho de notas e rabiscar.Também parecia ser um agente federal.Algo lhe dizia isso.

"Você consegue falar?" Perguntou o homem com o bloco na mão, devia ter por volta de cinquenta anos. Ele levantou-se e veio em sua direção.

Dor e fraqueza. Ele nem sabia se conseguiria falar na verdade. Muito sangue perdido. O policial na cama testou a voz que mais parecia um sussurro."Como estão os outros?"

"Não se preocupe, todos eles estão bem".E assim uma pequena série de perguntas foi feita, coisas anotadas e quando deram-se por satisfeitos os dois federais abandonaram o quarto calmamente, sem trocar mais palavras.

Eles descem pelo elevador em silêncio, sem trocar olhares, o único som é do rabiscar no bloco de papel.

Finalmente.Andares abaixo um agente disse ao outro:

-"Não se preocupe todos eles estão bem?"-fala o mais novo olhando com ar de reprovação para seu parceiro.

-Pois é...Bem mortos.De uma maneira ou de outra estão todos bem, quer seja você alguém que acredita mesmo em vida após a morte ou se é um cético.Ninguém mais sobreviveu a explosão apenas ele.-E continuou rabiscando no bloco.

-Como ele escapou daquela explosão estando praticamente do lado da bomba?

-Ele teve muita sorte ou tem um anjo da guarda muito eficiente, como você preferir.

-Novamente você esta me escondendo algo e sinceramente eu não gosto disso.E duvido que ele tenha um bom anjo da guarda ou tenha sido sorte.-Fala o mais jovem irritado.

-Você não precisa saber de tudo, nossos superiores sim-E ele fecha o bloco de notas, guarda no bolso e completa-Mas uma coisa é certa aquela explosão é o inicio do fim.

-Suas teorias sobre fim dos tempos, conspirações me assustam sabe?

-Você poderia ser pelo menos uma gostosa, como a Scully, meu caro Jeff.-Retruca com certo sarcasmo no rosto e um leve e indiferente sorriso nada perceptível a olho nu.

Os dois caminham até um carro.Dão a partida e seguem em silencio, noite adentro, formulando teorias e mais teorias por tudo aquilo que descobriram ao longo da investigação.

E enquanto isso no quarto do hospital.Todos ali presentes sem exceção.Mortos de maneira rápida e silenciosa.Boas pessoas em nome do sigilo de informações. Caso encerrado.

-Espero que eles se encontrem em um paraíso, se é que ele existe-Diz o agente mais velho.

Jeff acha o Velho, um escroto. Ele tem razão.

Por:Pablo Frazão

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Conversas chuvosas

Sombras. Noite. Escuridão. Becos. Metrópole. Gatos. Carros. Luzes. Todas elas, muitas delas. Poucas pessoas vagam entre pensamentos vagos. Chuva. Nuvens. Trovão. E assim cada elemento compõe o ar noturno, como uma peça que se encaixa perfeitamente na cena. Grama. Barro. Um cemitério um tanto quanto afastado. Quase completamente distante dos neons da cidade, semáforos e luminárias.Relampejar. Flash. Paisagem. Som. Estrondo.Vento.

Chove forte, como um golpe de esquerda inesperado de pugilista. Gotas em fúria caem sobre a cidade. Frio. Um tanto incomum para a época do ano, qualquer que fosse ela verdadeiramente. Algo de estranho na noite.


Luzes .Todas as luzes da metrópole .Vivas as luzes .

Um raio.Relâmpago.Trovão.Estrondo.Blecaute, exatamente nesta sequência .


As gotas escorrem profusas pelas frestas dos velhos mausoléus. Um vulto caminha entre as lápides, canino, quadrúpede, molhado, depressa adentra uma porta, de uma casa velha em sua própria aura, se a casa tivesse uma afinal. Um vira-latas estranho , se esgueira por uma passagem pequena na porta trancada.Anda pelo curto corredor da casa e para em frente ao velho vigia do cemitério .


"Olá velho Rupert!" .


"Olá velho cão!"

Estrondo.Escuridão.

Chuva. Vento. Tempestade. A melodia das gotas gritando contra a janela e tocando a porta. E o homem falava com o animal, que balançava os pelos molhados, espalhando água, pingando sobre o velho vigia. "Vai ser uma noite daquelas não é mesmo, amigão?"

O animal balança o rabo e mostra a língua ofegante.E ambos continuam a conversa .
"Eles estão aqui" diz o velho cão."Estava demorando me encontrarem" responde o velho vigia.

O Vigia olha pela fresta de seu casebre."Trouxe mais pulgas para o senhor pelo visto, me desculpe" diz o cão .

O homem observa a janela e a chuva.Na escuridão outros cães se aproximam, pelo menos cinco deles.Uma batida monótona a porta.Sem força.Sem vida.Sem pressa.Desanimada como o dono da mão que abre a maçaneta logo em seguida, como que por mágica a porta destranca.Um estranho molhado.Pele pálida.Olhos tristes e vazios.Ele nada fala.O coração do velho vigia dispara .

"O que eu devo fazer?" Pergunta o cão vira-latas ao velho vigia."Seja o bom e velho covarde de sempre, meu amigo" e dizendo estas palavras ao cão que coçava suas pulgas.

Enquanto isso o novo visitante senta-se numa cadeira, ignorando os demais ali na sala.Tanto o cão quanto o vigia limitam-se a observar.O homem pálido tirando suas botas e seu casaco.Lentamente acende uma lamparina sobre a mesa de madeira da humilde casa.Finalmente uma voz padronizada de tão formal e desinteressante se dirige ao vigia.

"Nesta noite precisamos dos seus serviços velho, não adianta se esconder meu caro, eu posso ver os mortos e sei que está ai paradinho perto desse cão pulguento".

E o homem pálido sorri e mostra suas presas."Não me obrigue a te matar de novo e ao seu cão".
Vampiros podem ser tão simpáticos.E assim uma nova conversa ocorre em um casebre velho, dentro de um cemitério, onde o fantasma de um vigia sente seu coração morto acelerar.Fantasmas não deveriam sentir o pulsar de um sangue inexistente em suas artérias, mas essa é apenas a lembrança do medo, não é real.

Lentamente um a um dos outros cinco cães molhados entram na sala do casebre e assumem formas humanas."Ele está aqui nesta sala?" pergunta o maior dos vampiros ali presente.E com um consentimento o pálido homem sem botas procura um outro calçado seco que lhe sirva entre os pertences do vigia há muitos anos morto, vagarosa e desinteressadamente indica uma direção onde os demais apenas veem o vazio. Mas que o velho vigia e o pobre cão, sabem ser exatamente onde estão parados.

"É só perguntarem estamos entre mortos.Quando ele disser algo de útil eu aviso"

E assim ocorre uma longa noite de conversas chuvosas, onde apenas os mortos ouvem o ranger da madeira do piso e das velhas árvores ao vento .

Um cão covarde tenta fugir do lugar. Mas percebe que assim como o velho, ele também está morto.

Autor:Pablo Frazão.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Alvorecer no Mississipi

Era outono e ventava sonolento. Janela. Vidro. Farfalhar. Folhas se espalhavam no jardim, acumulando-se, sorrateiramente sombrias e secas. Na sacada da varanda, o sol amanhecido em tons de amarelo frio com uma fraca disposição para o calor. Pinkerton estava a balançar na rede de sua casa. Observando ao longe os campos de algodão como eles ficavam naquela época do ano na propriedade vizinha.

Sozinho na casa.Todos longe dali. Deserta manhã de domingo, onde todos tinham ido a igreja menos ele. Simplesmente acordara indisposto e por momentos daquela hora vazia, naquele campo ermo, não havia ninguém além do sol, do vento e das folhas e do som do balançar da rede a lhe fazer companhia.

O sol era meio doentio, mas ele havia. Nem pássaros no céu, nem insetos a zumbir. Os campos, apesar de desertos de qualquer outro som além do farfalhar, possuíam uma vida em cores de ocre inimagináveis.A grama movimentava-se sonolenta. A paisagem vasta via-se subitamente encoberta por uma sombra colossal e agourenta.
O relógio de pulso havia parado.A rede embalava o tempo.A impressão da grande sombra movendo-se sobre a grama parcialmente seca, chamou a atenção de Pinkerton; ela caminhava de maneira lenta aparentemente vindo em sua direção. O homem que era magro e com um rosto alongado, levantou em um salto para ver do que se tratava.

Olhou ao céu, nem eclipse nem nuvem a justificar aquela sombra, o vento soprou e com ele um calafrio adveio, foi quando ao longe viu levantarem-se dos velhos campos de algodão, corpos de escravos esquecidos nos séculos que se passaram, e eles caminhavam agora em sua direção.

Fantasmas em plena luz do dia.Gemiam e caminhavam cadáveres como procissão, todos seguindo a sombra, que vinha rumo a sua casa.E o campo era vasto e os mortos caminhando eram muitos.Pinkerton entrou correndo pela porta , pensando ter chegado o Dia do Juízo.

Ele bateu a porta, trancou-a, correu, fechou as janelas com força, cada uma, como quem sepulta, jogando a ultima pá de terra sobre um túmulo.Eufórico.Subiu as escadas, bloqueou cada fresta, cada passagem do andar de cima e voltou para a sala.
Pegou sua velha espingarda.A luz doentia e sinistra do sol ainda entrava pela janela.Até que a sombra interrompeu sua entrada.E na porta os mortos batiam.Eles gemiam.E os velhos cadaveres dos escravos pediam para entrar.

Pinkerton assustado tremia e sua espingarda parecia que nem sequer funcionaria pela falta de uso.E tudo escureceu, nenhuma luz do sol naquela manhã entrou novamente pela janela, ou por qualquer outra fresta, apenas as batidas nas portas e o som dos escravos mortos pedindo para entrar. Alguns diziam, outros apenas gruniam.O tempo parecia interrompido.Contado em baques contra a madeira.

E o dia em noite se tornava.E o pobre Pinkerton ali sozinho com sua espingarda sem saber o que fazer.Horas vazias.Fantasmas em plena alvorada.Nada a se fazer.Sozinho. Como nunca estivera antes.

Pinkerton e os sons das mãos mortas batendo na porta."Deixe-nos entrar" em tom solene.

Adiantaria atirar nos mortos?

"Deixe-nos entrar!" em tom sepulcral e imperativo.

A porta rangia e urrava.Será que ela cederia?

Isso foi em uma certa manhã, perto do Mississipi, de assombrações e outonos ancestrais e um homem sozinho trancado em sua própria casa e fantasmas de escravos do lado de fora, a pedir e gritar e gritar."Deixe-nos entrar.Senhor Pinkerton!" bradavam agora com força ainda maior acompanhando do bater da porta.Crescendo.Serenata sombria de gritos e portas e mãos mortas.

Autor:Pablo Frazão

sábado, 16 de maio de 2009

Prédios

Em um prédio sujo, velho e decadente que poderia ser em qualquer metrópole do mundo, desde que fosse realmente decadente em todos seus componentes, dos moradores, até cada simples partícula de poeira que repousa sobre concretos e teias.Na própria aura que o encobre, Decadente, de forma enfática, como se vestisse um paletó pouco antes de seu próprio funeral.

Atrás de uma das portas fechadas do terceiro andar, uma esposa é espancada,  e o medo abafa o choro, um grito travado entre os dentes. Em outro apartamento um homem se entrega ao crack como se fosse uma doce amante, com até mais fervor, seu mundo contido na pedra, e enquanto isso sua esposa trepa em troco de mais drogas, com a porta aberta, sem se importar

.Dois andares acima uma adolescente escreve uma carta aos prantos, tantos dentre outros. E neste mesmo momento uma criança brincando com uma arma dispara pela janela um projetil. Minutos antes da vizinha do quinto andar envenenar seus filhos e se matar enforcada. No sexto andar uma garota é filmada, sendo chupada por outra garota, amarrada numa cama contra sua vontade. No térreo um homem é algemado por vontade própria e sodomizado pela melhor amiga de sua mulher, a esposa chegará em três segundos flagrando a cena.

Decadente, é o prédio em sua alma. Mofo, cheiro de urina, dores entranhadas nas pedras e no concreto. Lapides em forma de apartamentos.

O tempo escapa com o disparo da criança, que pela janela acerta um pobre gato que paga o pato como uma brincadeira de ditados e frases feitas.

Em algum ponto da trajetória do tempo a adolescente termina sua carta e salta pela janela.O tempo volta a escorrer normal, em sangue.E assim segue.Sequencial, metódico.Implacável.

Dois prédios a esquerda.Em um ponto onde não haveria qualquer visibilidade de tais eventos, um jovem desperta assustado, ciente de todos esses acontecimentos, suando, ele vai até a janela encara a noite e ouve um tiro e depois novo disparo, e por alguma razão ele sabe que um homem morreu baleado, enquanto algemado era sodomizado pela melhor amiga de sua mulher que usava um brinquedo nele por vontade própria e consentimento de ambas as partes.É tem gente que se fode duplamente e ainda morre de maneira inglória e humilhante.E o que aconteceu com o segundo disparo?

O jovem que vê todas as cenas quase como se fossem palpáveis, ele sabe.E se assusta, pelo grau de detalhes e certezas, é como se em questão de segundos tudo o que acontece no bairro fosse de sua alçada.Uma testemunha.Um voyeur involuntário.

"Pobre gato" ele pensa.E quando essas palavras surgem em sua mente, ele vê a criança no prédio decadente chorar assustada e deixar a arma cair e o novo disparo entra para as estátísticas de mais um acidente doméstico.Choro interrompido.E seus pais sem saber.Um deles fumando crack e a mãe trepando por mais drogas.

O jovem que sente todos os movimentos e pensamentos das pessoas na rua, observa os transeuntes pela janela, sente o ar noturno assustado, e ele não se sente bem. Vertigem .Náusea.Uma onisciência territorial e inesperada.Seu estomago revira ele corre ao banheiro, ajoelha na privada e vomita.

Exatos dois minutos após parar de vomitar sua namorada irá ligar avisando que vai demorar uns minutos, mas a ligação será interrompida por uma bala perdida desferida pela mulher que corre atras de sua melhor ex-amiga que grita, seminua com algo sintético pendurado em sua calcinha, que desce pela escada de incendio e corre em direção ao posto de gasolina.

Confuso leitor? O jovem vomitando na privada, também.

Toca o telefone.

"Alô?" diz o jovem com o estomago revirando e a cabeça latejando.
"Oi amor, parei no posto de gasolina aqui perto, vou demorar alguns minutinhos..."
"Que?Sai dai agora!"Ele grita assustado, mas um disparo realmente interrompe a ligação.

Dor. Muita dor. "Morfina" o jovem sussurra. Caído ao chão de seu apartamento.

"Morfina"

Autor:Pablo Frazão

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Uma palavrinha do autor

Este blog compila diversos contos que giram ao redor de uma cidade pertencente a um futuro apocaliptico, de um jogo de rpg criado por mim em 1992.Tudo dentro dos temas horror, suspense ou ficção científica.

Para aqueles que chegaram a conhecer o jogo, aqui poderão vislumbrar com mais detalhes certos personagens importantes da trama principal, quando eles não eram ninguém, ou mesmo que o fossem, ainda eram figuras obscuras demais dentro do campo de batalha que levará ao dia do juízo, além é claro de ver diversos personagens secundários tendo a sua vez na história.

Para os que nunca tiveram a oportunidade de sentar a uma mesa de rpg comigo ambientada nesse mundo futurista de horror, o ponto principal que liga todas os contos é o mistério que envolve cada personagem e seu papel no armagedom, mesmo os simples humanos.

Explicando os marcadores iniciais (Aqui chamados de livros virtuais-outros marcadores poderão ser criados futuramente):

Considerações sobre os textos-Aqui sempre que possível darei uma palavrinha sobre o texto, fazendo considerações e tirando dúvidas dos interessados.

Origens-Os contos com o marcador origens, tem sua historia inserida cronologicamente antes dos principais fatos que causaram mudanças drásticas no mundo como o conhecemos nos dias atuais.Enfocando fatos ligados as origens de alguns personagens principais da trama central que se passa no ano de 2032. O ponto de ruptura nas historias do Cidade Zero se passam em um universo alternativo, cuja historia segue junto com a nossa porem alguns fatores divergentes começam a ocorrer na década de 80, fazendo com que tudo siga um rumo diferente. Governos cada vez mais totalitários e com menos garantias individuais foram se formando e se fixando ao redor do mundo.A ruptura na linha do tempo se torna mais drástica em 2010, de uma maneira visível aos que conhecem a historia de nosso mundo. Se fosse viável um habitante de nosso mundo viajar até esse mundo paralelo ele chegaria provavelmente em algum ponto em plenos anos 80, convicto que apenas voltou ao passado.

O paciente Zero-Aqui são contos onde os personagens centrais são humanos e sua relação com os eventos que terão inicio em 2012 nessa realidade paralela. Os eventos que são a preparação para o fim do mundo.

Hora das sombras-Estes contos começam antes da cronologia oficial da cidade Zero ou seja antes de 2032.Sempre enfocados em algum personagem que embora seja secundário na trama desempenhou algum papel relevante para as coisas terem tomado o rumo que tomaram nesse mundo.O que ocorreu com o mundo?Onde as coisas realmente saíram dos trilhos?

Veritas-Estes contos não possuem uma data especifica dentro da cronologia, mas envolvem conspirações, segredos ocultos, pistas ligadas a organizações secretas.Profecias dos fins dos tempos.E alguns dos personagens principais da trama em histórias avulsas.